ADVOGADO E PAI DE AUTISTA, O FOCO GOVERNAMENTAL NO PROBLEMA E NÃO A CAUSA

Pelo PORTAL PE NEWS

 

Meu nome é Flávio Henrique de Souza Rodrigues, sou advogado militante na área de Direito da pessoa com deficiência e pai de uma linda menina autista.

Há algum tempo não escrevia sobre o tema AUTISMO, mas estou retomando com toda força.

Atualmente o número de pessoas com diagnóstico de Autismo tem crescido assustadoramente, e com isto, resta nítida a falta de foco na causa do problema por entidades governamentais, o que tem me afligido bastante.

Eu entendo que obter o diagnóstico de que seu filho é deficiente não é fácil, este nos demanda luto e agonia, entretanto, me aflige muito mais não termos nenhuma posição médica acerca do que tem causado esta epidemia silenciosa, ignorada por órgãos Estatais, corretamente preocupados com tratamento do problema, mas que não traz uma solução duradoura e definitiva.

A nossa constituição garante acesso ao tratamento médico e terapeutico de portadores de TEA, por óbvio este acesso é limitado e ineficiente, entretanto o foco deste artigo não é no tratamento do TEA, mas na falta de suporte Estatal a pesquisas que possam nos trazer soluções definitivas acerca das causas do problema.

Excelentes médicos me informaram que as causas do Autismo são variadas, e quando não genéticas, praticamente não podem ser identificadas em sua origem, o que chamam de causas ambientais
Por óbvio, não tenho objetivo de debater Medicina ou Biomedicina neste artigo, mas apenas trazer atenção ao que estamos deixando de fazer para fomentar investimentos em estudos voltados à busca da principal causa do problema TEA, afirmar que são causas multifatoriais não ajuda a impedir a propagação da epidemia, apenas fomenta médicos e clinicas especializadas que se tornaram máquinas de fazer dinheiro, com exceções, claro!.

Na minha visão, juridicamente nada podemos fazer com relação a falta de suporte a pesquisas que visem identificar as causas do TEA, entretanto, podemos buscar nossos representantes eleitos, para que fomentem regulamentações legais e utilizem verbas públicas para custeio de pesquisas de aprofundamento nos estudos já existentes sobre a epidemia silenciosa de AUTISMO que aflige milhares de famílias no Brasil.
Isto mesmo, vivemos uma epidemia silenciosa de AUTISMO, não tratada pelo Estado como prioridade, tão pouco como epidemia. E o que decorre disto?; tratamentos paliativos intermináveis, demandando grave aflição a famílias inteiras.

Neste sentido, pais buscam tratamento diário a seus filhos sem qualquer perspectiva ou garantia de melhora, e por este motivo, possuem suas vidas atreladas a uma espécie de limbo, onde se misturam, luto, desgaste, desespero, além de problemas intermináveis com clinicas, terapeutas e planos de saúde, uma vez que não possuem perspectiva plausível de melhora ou cura do autismo de seus filhos, tudo por que a causa do Transtorno do Espectro Autista não está sendo estudada com a atenção que merece.

Aconselho aos pais e tutores a pesquisarem mais sobre tema proposto, pois acredito que se encontrarmos as causas, podemos construir gerações futuras livres desta epidemia silenciosa de TEA.
Este artigo é sempre escrito com as minhas impressões sobre variados casos estudados, reafirmando que com tratamento adequado e dedicação, a condição de pacientes com TEA pode ser modificada ou até totalmente superada, entretanto isto demanda grande esforço familiar e pessoal, por este motivo devemos focar na principal causa do AUTISMO, que só será estudada, se nós, unidos, buscarmos representantes eleitos a fomentarem pesquisa com aplicação pesada de verba pública.

Desta maneira, ante a existência de grave déficit governamental na aplicação de recursos para estudos aprofundados sobre a principal causa do TEA, é de suma importância focarmos com toda garra na continuidade do tratamento clinico diário, sempre com foco na melhora da qualidade de vida de nossos filhos portadores de autismo e de outras deficiências.

No próximo artigo, pretendo tratar sobre o comércio de vidas autistas, explorado por clínicas gigantescas e por planos de saúde, tema polêmico, mas que precisa ser abordado com lucidez e destreza.
É muito bom estar de volta à PE NEWS. Debateremos muito sobre os problemas das pessoas com deficiência neste quadro, trocaremos experiências e tiraremos dúvidas. Deixo meu e-mail para dúvidas e esclarecimentos – [email protected].

Muito obrigado e forte abraço a todos.
Flávio Rodrigues – Advogado.

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